As bebidas açucaradas, como refrigerantes e energéticos, são projetadas para serem altamente atrativas, com uma carga de açúcar que ativa os centros de prazer no cérebro. Mas esse prazer vem com um custo: o consumo regular dessas bebidas está ligado ao aumento de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, segundo um estudo recente da Universidade Tufts, nos EUA.
📊 Números alarmantes
Globalmente, as bebidas açucaradas são responsáveis por cerca de 1,2 milhão de novos casos de doenças cardiovasculares e 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 todos os anos. Além disso, o consumo dessas bebidas resulta em cerca de 338 mil mortes anuais relacionadas a essas condições.
O impacto é ainda mais grave em países em desenvolvimento. Por exemplo:
- No México, quase 1/3 dos novos casos de diabetes estão ligados a essas bebidas.
- Na Colômbia, elas representam quase metade dos novos casos de diabetes.
- Na África do Sul, são responsáveis por 28% dos novos casos de diabetes e 15% dos de doenças cardíacas.
🌍 Desigualdades no consumo e nos efeitos
O estudo aponta que países de baixa e média renda estão particularmente vulneráveis. Nessas regiões, as bebidas açucaradas são amplamente comercializadas e consumidas, mas os sistemas de saúde frequentemente têm recursos limitados para lidar com as consequências de longo prazo.
🍹 O que são bebidas açucaradas?
Os pesquisadores definem SSBs (sugar-sweetened beverages) como qualquer bebida com açúcares adicionados e mais de 50 calorias por porção de 226 gramas. Isso inclui:
- Refrigerantes comerciais ou caseiros.
- Bebidas energéticas.
- Sucos de frutas com açúcar adicionado.
- Águas saborizadas adoçadas.
Bebidas como leite adoçado, sucos 100% naturais e adoçados artificialmente foram excluídas do estudo, embora ainda possam apresentar riscos se consumidas em excesso.
🛑 Ações urgentes são necessárias
Especialistas como Laura Lara-Castor, agora pesquisadora na Universidade de Washington, enfatizam a necessidade de intervenções globais baseadas em evidências para reduzir o consumo de bebidas açucaradas. Entre as sugestões estão campanhas de conscientização, regulamentação de publicidade e tributação sobre produtos ricos em açúcar.
“Muito mais precisa ser feito”, alerta Dariush Mozaffarian, cardiologista da Universidade Tufts. Ele destaca a importância de esforços específicos na América Latina e na África, regiões onde o consumo é alto e as consequências para a saúde são graves.
A publicação na Nature Medicine reforça que, embora a conscientização esteja crescendo, ela ainda não alcançou a escala necessária para enfrentar esse problema global de saúde pública.
*Com informações do Época Negócios